sábado, 2 de maio de 2009

O ECO DA PRODUTORA - RENATA FERRAZ

Vou contar um pouco pra vcs como foi fazer um documentário (que pode virar um longa....rss) em 05 dias.... diga-se de passagem dentro uma linguagem que eu nunca tinha trabalhado... Cinema.

Foi simplesmente o máximo... Tudo começou com uma conversa descompromissada com o Diretor (o Anderson), via MSN, tipo ele me contou a idéia e todos os dias a gente falava sobre isso, até o dia em que ele me disse – “você topa mesmo fazer esse trabalho?” e eu nem pensei e disse – “com certeza. Pode ser na semana santa?”, ele “sim”, então mergulhamos de cabeça, ele lá (em Santa Rosa) enlouquecido jogando em todas e eu aqui (no RJ) me rasgando de vontade de estar lá antes do dia que havíamos marcado.

No começo como eu estava extremamente empolgada, nem pensava em nada, mas quando caiu a ficha... Ai começou a primeira de outras grandes aventuras que faremos juntos... Com certeza!!

Bom, eu não conhecia a equipe que íamos trabalhar, o Anderson sim, então um dia antes dos meninos viajarem lá fui eu conhecê-los. Uns queridos. E lá vamos nós para a longa viagem... Eles levaram 26 horas de ônibus e eu umas 18hs horas entre aeroporto e rodoviária.. Achei que fosse chegar bem antes deles, cheguei destruída ...rssss

Dia 05.04, viajamos às 5:30h – era praticamente a excursão da Tia Estela Barros - para Derrubadas, dentro do Parque do Turvo, em um cenário que eu nunca imaginei ver em toda a minha vida, o Salto do Yucumã (divisa do Brasil com a Argentina), deslumbrante, levamos o Valdomiro Maicá e o Darlan Ortaça, o máximo...

Dia 06.04, viajamos às 8h para São Luiz Gonzaga, e fomos para São Miguel das Missões, o que é aquilo? Levamos a Família Guedes, grata surpresa em tudo, no meio das entrevistas Anahy Guedes e Karaí Guedes (ela cantando e ele tocando violão) dão um show a parte, com uma canção que na verdade é uma oração em Guarani, dentro da Igreja (nas ruínas), foi uma emoção singular. Depois o Luis Carlos Borges, com toda sua experiência, nos mostra o Chamamé de maneira simples, porém pomposa, uma viagem... Voltamos para Santa Rosa e lá fomos por CTG, e entre musicais e entrevistas, mais uma noite se foi... E os meninos ficaram sem churrasco de costela, no fogo de chão...

Dia 07.04, viagem a Porto Mauá (Rio Uruguai – Argentina namorando a gente...) fizemos entrevistas com três pessoas, uma delas nos surpreende com histórias de chorar de rir, foi demais. E o prefeito se encantou com as gravações e se propõe a nos ajudar, ligou para um amigo dele, Karoso Zuetta, outra grata surpresa... Resolvemos que no dia seguinte que seria nossa tão esperada folga, irmos a Argentina ao encontro dele e a busca de uma tribo ou de um Cacique.

Dia 08.05 - Um sufoco, saímos de Santa Rosa, às 7:30h e só atravessamos às 10:30h... (cuidado com o tétano...rss) finalmente é a hora da travessia do Brasil (Porto Mauá) para a Argentina de balsa. O Juca que não pode ir, foi representado por uma garrafa térmica de óculos... muito bom!!!! Tiramos fotos perto da placa da Argentina, muito engraçado, o que não sabíamos é que teríamos pela frente uma longa viagem de 2h até chegarmos na cidade de Jardim América, para o encontro com o Zuetta. Ele chegou e agora voltamos para as Ruínas de San Ignácio... lindo lugar, mas nada comparado as Missões de São Miguel... lá foi muito legal também, acabamos a entrevista e agora é hora de encontrar o índio... mas onde??? Vamos a procura dele e quando estávamos quase desistindo,lá vem ele e a família estrada fora... paramos imediatamente descemos o equipamento e gente.... Foi o máximo o que era aquele Cacique (ele se intitula assim) com um violino cujo arco tem um barbante e ele toca o Chamamé com uma destreza absurda... e os mosquitos em cima da gente, e ele tocando... nossa foi uma coisa realmente singular... essa foi demais... Na volta quem disse que pegamos a balsa... perdemos o horário da última. E agora? O prefeito arruma um barco para nossa travessia... gente que experiência, machuquei o pé (doeu mto, mas passou logo, logo), atravessamos em um barco rebocador, com um medo de arrepiar os cabelos... chegamos ao Brasil... e a Polícia Federal fechada... lógico!!! Como entrar, existia duas formas, ou ir por trás e pular um muro, ou entrar da forma que achamos mais fácil... um buraco na grade de entrada... não pensamos duas vezes, passamos pelo buraco.. olá Brasil aqui estamos nós... só faltou dar um Sapucay bem dado.... rssss

Considerações a parte, preciso contar uma coisa.... eu estava na terra do Churrasco, certo? Certo. Mas, um problema, eu não como carne... então eu me ferrei, todo mundo se acabando em carne e eu comendo alface... isso foi o pior... dormimos pouco, mas a carne acabou comigo...rsssss

Ah! Outra tão louca tbm. No Sul é frio né? Errado... Pegamos todos os dias com muito sol, parecia que ia matar a gente... mas, gente era sol mesmo, chegou a 36º em um dia... ficamos torrados e destruídos...

Mas, apesar de qq coisa que nos aconteceu, e aconteceram coisa viu.... Uma coisa é certa super, hiper valeu a pena ter ido a esse chamado da AVENTURA... nunca irei me esquecer de dias quentes (literalmente), de pessoas maravilhosas e queridas, de lugares inesquecíveis.....

Teve o Bailão... isso é pra outro momento...

Um comentário:

  1. Depois do Maravilhoso Égo Inden de Anderson Farias, Eco do Sapucay promete, Anderson é um ótimo cineasta da nova geração e promete.
    Estou ansioso para conhecer seu novo trabalho, e tomara que não pare por ai, que continue sempre nos vislumbrando.

    Alan Caferro
    Diretor do Programa de curtas-metragens, Olhar Atento.

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